📆São José, esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Família
Celebra-se hoje, 19 de março, a Solenidade de São José. Neste dia, a Igreja, espalhada pelo mundo todo, recorda solenemente a santidade de vida do seu patrono.
Esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Família, São José foi escolhido por Deus para ser o patrono de toda a Igreja de Cristo.
Seu nome, em hebraico, significa “Deus cumula de bens”.
No Evangelho de São Mateus vemos como foi dramático para esse grande homem de Deus acolher, misteriosa, dócil e obedientemente, a mais suprema das escolhas: ser pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Salvador do mundo.
“Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa” (Mt 1,24).
O Verbo Divino quis viver em família. Hoje, deparamos com o testemunho de José, “Deus cumula de bens”; mas, para que este bem maior penetrasse na sua vida e história, ele precisou renunciar a si mesmo e, na fé, obedecer a Deus acolhendo a Virgem Maria.
Da mesma forma, hoje São José acolhe a Igreja, da qual é o patrono. E é grande intercessor de todos nós.
Que assim como ele, possamos ser dóceis à Palavra e à vontade do Senhor.
Colaboração textual de Beatriz Berger
Que delícia essa cena! Que linda relação devem ter vivido Jesus e José… O que esse homem via quando olhava essa criança brincando aos seus pés ? Via um menino ? Via uma promessa? Via um salvador? Via uma resposta? Via dúvidas? Sentia-se responsável ? Sentia-se grato? Sentia medo? Sentia esperança ?
Sou apaixonada pela figura de José . Ele praticamente passa em anonimato pelas escrituras. Um coadjuvante. Um trabalhador comum que com o suor de seu trabalho sustenta de forma modesta sua pequena família. No entanto, esse homem tão pouco descrito nos ensina muito com seu silêncio e aparente insignificância diante da magnitude e da extraordinária personalidade das duas pessoas com as quais convivia: Maria e Jesus.
Em sua vida discreta José nos revela uma imensa compaixão humana. Desconcertante inclusive até para os mais liberais e feministas. Em meio a uma cultura totalmente patriarcal e machista ele antes mesmo de receber qualquer revelação divina decide proteger Maria e não expô-la ao julgamento público. Abrindo mão inclusive de sua própria imagem.
Depois revela-se um homem intuitivo e sensível . Toma decisões movido por seus sonhos coisa pouco provável até hoje para muitos de nós. Ele não dúvida do mistério que crescia no ventre de Maria e se apaixona por ele, se arrisca por ele ao ponto de tomá-lo como seu propósito de vida.
Dedica portanto a vida toda para proteger a esposa e seu filho cujo futuro incerto não parece abalá-lo. Ensina a ele um ofício , o educa segundo as leis e escrituras e com certeza tambem o ensina a ouvir a voz do coração mais do que da razão. Isso será decisivo para ajudar no aprofundamento da relação de Jesus com Deus e na escuta de sua vontade.
É o homem do silêncio , da abnegação dos próprios sonhos e acaba admitindo que eles eram mesquinhos e pequenos diante daquilo a que foi convidado a proteger e zelar.
É o homem da doação, da abertura ao novo, da coragem de apostar a própria vida no improvável e inimaginável. Acredita na possibilidade de que de uma cidadezinha desconhecida como a sua, e de que de uma menina pobrezinha fosse surgir e brilhar para sempre a luz da esperança de toda humanidade.
Não creio que José pensasse em realizar por si só coisas grandiosas. Penso que ocupava-se apenas de assegurar e fazer bem feito sua tarefa de cada dia, ouvindo atentamente seu coração e seguindo-o por onde ele o inspirava.
Trabalhava com destreza a madeira dando-lhe forma e utilidade prática, capaz de servir e ajudar as pessoas a viverem melhor e com conforto no seu dia a dia. Era notavelmente um homem comum mas que conseguia com maestria unir simplicidade, fé humilde, devoção e mística elevada.
Que cenas lindas imagino entre esse homem e essa criança . José com sua postura integra e inteira, obediente e submissa, valente e audaz, simples e sábia, leve e compenetrado. Jesus com um coração de criança aberto como o mar e capaz de abarcar, receber, aprender, e apreender da alma de José tudo aquilo que tanto o ajudaria a ser quem foi…
Que São José nos ajude a viver em paz na simplicidade de nosso cotidiano. E especialmente, nos ajude a enxergar que talvez bem ali, em meio a tudo que parece tão ordinário e banal em nossas vidas, se esconde o extraordinário, a fagulha do Divino, que se revela em gestos simples de amor, serviço e doação ao outro.
Viva São José !